Saldo do Dia: As apostas na bolsa, no entanto, seguem de pé no mercado. A perspectiva de queda de juros, que pode até acelerar a depender dos dados macroeconômico, conspira para migração da renda fixa à bolsa. Não fosse esse movimento local, entre riscos oferecidos por China e EUA, a saída de estrangeiros seria ainda mais dolorosa

O Ibovespa cravou nesta segunda-feira (14) a décima queda seguida. Trata-se da maior sequência negativa em quase 40 anos, desde a virada de janeiro para fevereiro de 1984 – de acordo com levantamento do Valor Data. Essa marca, em si, chama mais atenção que as perdas acumuladas no período. De “apenas” 4,20%.

• Nesta segunda-feira histórica, o principal índice da bolsa caiu 1,06%, a 116.810 pontos. Os ganhos anuais, que já foram de mais de 12%, estão reduzidos agora a 6,45%.

Das 85 ações do Ibovespa, 65 caíram.

A aposta se baseia na trajetória dos juros. Já caíram meio ponto e outras quedas da mesma dose foram anunciadas pelo Banco Central (BC). E a porta para cortes maiores, de 0,75 ponto está entreaberta. Para isso, de acordo com os comunicados recentes da autoridade monetária, bastaria uma de três fatores se confirmarem: ou inflação menor; ou expectativas de inflação se aproximarem da meta; ou a economia estar em pandarecos.

Eis que no último IPCA, de julho, os preços de serviços vieram bem mais frios que o esperado. Tal e qual a atividade econômica medida BC. Quanto às expectativas de inflação para 2024, foram cortadas pela quarta semana seguida. A queda é contínua, embora estejam em 3,86% ao ano, bem acima da meta de 3%.

A China trazia esperanças de compensar em 2023 o desempenho claudicante das grandes economias ocidentais. Mas já não traz mais.

 Gustavo Ferreira/Valor Investe